Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
Aqui no Brasil vi raríssimas ocasiões, raríssimas, nas quais alguém pagou por danos causados a qualquer bem público, por mais patente que fosse a responsabilidade do autor. O exemplo mais básico e até cotidiano pode ser um sujeito bêbado que dirigindo um carro caindo aos pedaços (literalmente), com todos impostos atrasados, cheio de multas, documentação irregular, derruba postes, muro e um ponto de ônibus dos grandes com cobertura, para uma das avenidas mais importantes de São Paulo (Santo Amaro, se não me falha a memória) com um custo brutal para a economia, e sai livre, leve e pronto para outro acidente bêbado. Exemplos de destruição e barbárie contra bens públicos são inumeráveis e triviais, assim como nunca se ter notícia sobre o seu ressarcimento. Ressarcimento pleno? Este nunca ouvi. Espero que seja diferente nesta imbecil depredação nos Três Poderes não só pela importância do que foi quebrado e a prova cabal de quem quebrou, mas porque definirá com clareza a diferença entre um governo com o devido e necessário forte viés social ou afeito a populismo barato. Os responsáveis por cada um dos bens quebrados está gravado e tem sua culpa inequívoca registrada pelas imagens. É de obrigação do Poder Público cobrar de cada um daqueles responsáveis até o último centavo os estragos causados ou no mínimo o mesmo Poder Público estará dando esmola com dinheiro alheio, ou seja, com o nosso dinheiro, o dinheiro público. Democracia demanda responsabilidade, deveres e direitos; justiça social mais ainda. Se não for dado o exemplo forte e inequívoco aproveitando a deprimente ocasião nossas escolas públicas continuarão sendo violentamente depredadas, como o exemplo mais gritante de infinitos outros dramas que nos assolam diariamente. Os que quebram, depredam, vandalizam são dos piores inimigos principalmente dos pobres e mais necessitados. O Poder Público e a Justiça tem que dar exemplo e ensinar às gerações futuras quais são os limites intransponíveis, o cuidado e respeito ao bem público tem que ser tomado como a base disto. Se isto não acontecer estará definido o Brasil que continuará.
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