Hoje, 05 de junho, é o Dia Mundial do Meio Ambiente declarado pela ONU. Aqui no Brasil não se tem o que comemorar, muitíssimo pelo contrário. Neste exato momento da história somos considerados párias mundiais em vários sentidos, no ambiental nem dizer.
Estou escrevendo enquanto o Jornal da Cultura deste sábado solta uma matéria sobre a questão do lixo no Brasil, o que também estamos na idade da pedra. Nossa evolução foi de deixar de jogar o pinico pela janela; e para quem nunca viu e não sabe o que é um pinico traduzo: pinico é um recipiente, uma panela com alça que servia para sentar em cima e fazer suas necessidades ou escarrar e, sim, era comum jogar o seu conteúdo pela janela sem se importar com quem passasse pela rua. Não resta dúvida que atualmente varemos nosso lixo e nossa merda para debaixo do tapete, e isto não vê quem não quer.
A mesma TV Cultura exibiu antes do Jornal da Cultura o documentário "O resgate do Mar Sem Fim" sobre a história da retirada do barco de João Lara Mesquita que naufragou na Antártica durante uma tempestade. Mar é também meio ambiente. Olhamos muito para a Amazônia, mas não nos interessamos pela questão ambiental dos mares. Aviso aos navegantes: nosso problema começa, mas não se resume na falta de esgoto, no completo descontrole em relação ao descarte de lixo, em especial de plásticos, aos mega desastres de Mariana e Brumadinho que de uma forma ou outra contaminam o mar. A sujeira é bem maior. Em águas profundas e dentro do território marítimo brasileiro temos pesca ilegal em escala industrial praticamente sem controle. A retirada do Mar Sem Fim da Antártica mais que cumprir um tratado internacional de zero lixo deveria ser referência de como se deve tratar todos ecossistemas das águas. E vou lembrando de outras questões. Escoamento de produção agrícola pelo ria Amazonas... Mangues... Garimpo ilegal... aliás, para onde está indo o ouro retirado?
Você sabia que cientistas encontraram micro partículas de plástico na musculatura de peixes que são consumidos por nós, humanos?
Florestas. Cerado. Pantanal. Fogo, fogo
Tempestades. Reservatórios quase secos.
'Quão mais baixa a escolaridade, pior são os índices ambientais'.
'Por corte no orçamento IBGE não fará o Censo Demográfico este ano'.
O jornal O Estado de São Paulo neste dia Mundial do Meio Ambiente soltou página dupla com três textos originais do inglês The Economist, traduzidos, sobre a situação atual do Brasil: O capitão e seu país; É hora de ir embora; e Brasília tem políticos novos e ideias velhas, sobre o que somos, ou o que estamos. Mais que preciso, deprimente. Tem sido muito grande o número de publicações internacionais de grande tradição e influência expondo o completo absurdo que vive o Brasil.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente pelo menos envergonhe-se por um minuto. A responsabilidade do que vem acontecendo é nossa, de cada um de nós, todos nós.
Chega!
473.000 mortes por Covid19
Fiz a besteira de escrever e soltar este texto antes de dormir. Passei a noite tendo pesadelos ambientais. Qualquer pessoa com um mínimo de consciência sabe que a humanidade é o câncer ambiental. E nós brasileiros somos a metástase mais agressiva deste câncer.
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