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do Leitor
O
Estado de São Paulo
Segurança, não só no trânsito,
só ocorre quando são tomadas medidas necessárias para a correção de erros e
distorções do sistema, sem interferências de paixões, achismos, políticas,
ideologias ou de qualquer fator que não seja a lógica e a razão. Neste sentido
o estudo realizado pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
(Ciclocidade) é mais que louvável. Realizado em 257 km dos ditos 484,8 km de
malha cicloviária da cidade de São Paulo aponta para o reconhecimento que 227,8
km, praticamente 47%, não interessam ou não atendem a critérios de avaliação
dos próprios ciclistas. Ou 143 km (28%) descartáveis se forem levados em
consideração os tão gritados 400 km de ciclovias de Haddad. O estudo aponta
para o abandono da infraestrutura existente, principalmente no que diz respeito
a sinalização, o que o ocorre não só na malha cicloviária, mas em tudo. O
apagado da tinta vermelha de solo se deve ou por bom uso, grande número de
ciclistas circulando, ou pela baixa qualidade do material empregado, o que
demonstraria mau uso de dinheiro público. Avaliar bem a qualidade do tipo de
pavimento só é possível quando se tem como referência a péssima qualidade geral
de todo pavimento viário da cidade e desconhecendo o significado da palavra
drenagem. Ou ciclista não tem direito de pedalar na chuva? O estudo da
Ciclocidade é honesto, dá a São Paulo nota correspondente a 10% do ideal
estabelecido por um índice criado em Recife e que vem sendo usado no Brasil.
Lembro que o primeiro encontro internacional para troca de experiências e busca
de boas e inteligentes soluções para as grandes cidades ocorreu em Nova Iorque
em 1898 e que desde então estas trocas de conhecimento vem ocorrendo, o que
influenciou muito na melhora da segurança no trânsito e principalmente na qualidade
de vida geral de todo cidadão. A palavra de ordem para um futuro melhor hoje é
integrar, não segregar, inclusive no trânsito. Intensificar o uso da bicicleta
e de outros modais ativos é ponto pacífico para esta melhora, mas com bom
senso, inteligência e racionalidade, e educação de seus usuários. Total
respeito aos pedestres, como diz a lei. São Paulo (e o Brasil) insiste em
encontrar soluções próprias, muitas delas mágicas duvidosas. Não dá certo
e custa caro, a verdade está aí.
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