Veio pelo Whatsapp uma propaganda do Bolsonaro que mostra uma série de pessoas armadas reagindo e matando bandidos a tiros tendo como fundo uma marchinha suave ufanista que fala de um país em paz. Como? Mais loucura: recebi de um grupo de amigos e amigas Cristãos. Não são os únicos religiosos que acham que resolver na porrada e matando é a única saída para o Brasil. Uau! que fé é esta?
Duvido que este pessoal tão religioso que apoia incondicionalmente Bolsonaro, qualquer outro nome ou qualquer coisa que se proponha a esfolar, esquartejar, matar e queimar comunistas ou assemelhados faça tenham boa fé. Não sei para quem curvam os joelhos, juntam as mãos, fecham os olhos e rezam, mas sei que não entenderam o espírito da coisa. Textos sagrados, praticamente todos, independentes da religião, são códigos para a boa convivência e paz. Podem gerar várias interpretações, algumas mais duras, ortodoxas, mas nunca violência. Misturar fé com violência é necessitar desesperadamente uma fuga de si próprio.
Os mesmos que me mandaram o vídeo seguidamente mandam mensagens sobre Cristo. Será que Cristo apoiaria um Bolsonaro da vida? Faria campanha por ele? Instigaria a brutalidade, armaria os seguidores, desprezaria as mulheres...? Não me lembro de ter notícia sobre Cristo mandando apedrejar ou crucificar os opositores. Pelo que se sabe Cristo, como todos outros messias, era um homem inteligente, paciente, hábil político, e sobretudo pacifista. Ou entendi errado o "Amai o próximo..."
Mais louco no que estamos vivendo é mulher apoiar e divulgar causa desta extrema direita populista, por direita anacrônica, por populista burra, medíocre, perigosa. Igual para esquerda populista, por si só de extrema. Provavelmente nunca ouviram falar em Santa Inquisição. Santa Inquisição! com ideias tão atuais e parecidas às que o vídeo pró Bolsonaro propaga. Santa Inquisição que resultou em pelo menos um milhão queimadas em fogueiras, fora as incontáveis torturadas. "Caça às bruxas! Viva a caça às bruxas" cantam no mesmo tom estes novos inquisidores.
"Bandido bom é bandido morto", discurso tão comum, é de uma estupidez sem tamanho pela simples razão que bandido morto é queima de arquivo, perda de informação, perda de conhecimento sobre o modus operandi de nossos inimigos. Só sairemos desta guerra civil com inteligência, não com mais violência irracional, desmedida, medíocre, burra. Todos países do planeta que optaram pela violência institucional pioraram muito o que já estava ruim.
Já recomendei aqui e recomendo novamente que leiam o Que Las hay, las hay do psicologo, professor, historiador Néstor Ganduglia, livro de agradável leitura sobre quem foram de verdade as bruxas (mulheres comuns) e a perseguição ignóbia que sofreram durante séculos. A igreja precisava de um mal para combater (Santo Agostinho) e criaram o demônio, logo depois desandaram a torturar e queimar mulheres. Um pequeno desvio numa boa causa?
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