segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Intermodal bicicleta - aéreo GRU

Amanha tenho que ir ao Centro de Guarulhos para depois, à noite, embarcar para Fortaleza e dali para Mossoró, onde vou trabalhar. Minha ideia seria ir pedalando, fazer o que tem que ser feito em Guarulhos e no fim da tarde ir para o aeroporto. Lá colocar a bicicleta num guarda volumes e voar. Volto dentro de 11 dias, quando pegaria a bicicleta e voltaria pedalando para São Paulo. Não dá para fazer. Porque?
Meu primeiro receio é deixar a bicicleta estaciona no Centro de Guarulhos, o que é um temor em qualquer cidade do mundo. Infelizmente faz parte do jogo. Infelizmente minhas bicicletas são simples, mas bem cuidadas, ou seja, atrativas para ladrões. Não tenho uma tranqueira que ninguém queira. Falha minha? Não! Não consigo achar uma tranqueira tamanho 21 para comprar. 
Ok, dai vem o aeroporto, que até tem um paraciclo relativamente decente, mas aberto. Não é um bicicletário, com ficha de entrada e controle. Ok, coloca no guarda-volumes. Vamos lá... abre o site oficial do GRU (aeroporto) - http://www.gru.com.br/pt-br - ... e... nada. Guarda-volumes; guarda-malas; maleiro... Nada! O site é pesado, trabalha lentamente, chato, parece que não vai responder, ruim para nós brasileiros que estamos acostumados com uma internet ruim, péssimo para estrangeiros que clicam e abre. 
Vamos para o telefone. Site do GRU, contatos, 2445-2945. Sou atendido com rapidez e educadamente (Sheila), que me dá o telefone do guarda-volume, 2445-2501. Atende um rapaz grunhindo algo, creio que "maleiro", digo "boa tarde" e pergunto se podem ficar com uma bicicleta por 12 dias e quanto sai. A voz do rapaz fica mais esperta e atenciosa. Podem ficar com a bicicleta e sai R$ 60,00 por dia. Ou seja, o estacionamento da bicicleta sairia (por que obviamente não farei) R$ 720,00 pelos 12 dias. Pergunto ao rapaz se o aeroporto tem bicicletário, e explico o que é, e ele responde que só o estacionamento (paraciclo) aberto para funcionários. 
Fim. Não posso ir para o aeroporto pedalando. Não é um problema exclusivo do GRU, mas da maioria dos aeroportos do mundo. Estamos muito longe do intermodal bicicleta - transporte aéreo.

Um comentário:

  1. Não é só bicicleta-aéreo, acho que todos.

    Moro em Brasília-DF e viajo de bicicleta pelo estado de SP. Para voltar ao DF vou de ônibus, quando então pedalo até Ribeirão Preto, S J do Rio Preto, ou mesmo vou até Uberaba, quando a disposição permite.
    A dificuldade aqui é o transporte da bicicleta, não o transporte em si, pois desde que bem embalada toda empresa leva como bagagem pessoal. Só que... como não existe regulamentação oficial ainda (há um projeto aprovado no Senado), cada empresa trata essa bagagem à sua maneira, ou melhor, à maneira da boa vontade do motorista. Ao comprar a passagem sou orientado que na hora do embarque eu combino com o motorista o valor do transporte. E geralmente me cobram um excesso, pois já tem os alforges como a bagagem gratuita... e mesmo em uma mesma empresa, essa cobrança (e disposição) varia ao sabor do humor do motorista e encarregado da bagagem em cada viagem.

    Agora, permita-me uma correção: descente não é o mesmo que decente, no caso do paraciclo. Me irrito muito com o desprezo ao idioma que vemos atualmente graças à internet...

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