sábado, 20 de abril de 2019

Na onda do patinete (OESP), eu diria: na maré da baderna!

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo

Na onda do patinete - matéria de capa do OESP.
Metrópole - Mobilidade
Patinete elétrico chega a 10 capitais, mas ainda não há regulamentação
sábado, 20 de Abril de 2019 - pg A11

Por razões óbvias e previsíveis encurralamos nossas cidades num trânsito caótico. Para problemas complexos multi setoriais foram apresentadas, aceitas e realizadas soluções mágicas e imediatistas centradas neste ou naquele modo de transporte o que com o tempo só foi piorando o caos. O automóvel individual foi a solução e se construíram vias para eles, esquecendo o transporte coletivo. O transporte coletivo passou a ser a prioridade sem saber o que fazer com os automóveis particulares. Não faz muito tempo a solução mágica para todos os problemas tinha por nome bicicleta, logo em seguida os táxis por aplicativos. Agora são os patinetes elétricos. Em todos os casos o discurso sempre foi o bem da população e em todos os casos os ditos benefícios acabaram localizados em um setor restrito da população ou com um grupo restrito de empresários. O sonho de todo paulistano, e porque não dizer brasileiro, é ter mobilidade eficiente. Isto não quer dizer que qualquer novidade deve ser simplesmente aceita sem um mínimo questionamento ou ordenamento. Patinetes elétricos poderiam ajudar como mais uma possível solução de transporte não fosse tratado e usado com tanta displicência não só pelas autoridades, mas principalmente pela própria população. A nova e sonhada mobilidade só acontecerá quando todo foco deixar de ser na mobilidade e se pensar a cidade como um todo, com todos seus cidadãos, no uso inteligente de espaços públicos, incluindo vias públicas, e dos espaços privados de uso público. Estamos a um ano luz desta realidade. Enquanto buscamos soluções fáceis e mágicas, e caímos em diversões perigosas como os patinetes, na Europa várias cidades estão fazendo uma revolução extinguindo o que conhecemos como rua. Pode parecer loucura, mas as "naked streets", ruas sem calçada ou asfalto, sem nenhuma sinalização vertical, horizontal ou mesmo semáforos, nem postes, aumenta a segurança de todos, principalmente pedestres, melhorando e muito a qualidade de toda a população. Aqui a mágica de mobilidade do patinete tem acabado para muitos no hospital.

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