terça-feira, 11 de setembro de 2018

O cicloativismo e as referências históricas

No meio da digitação do texto parcialmente publicado sobre o "senso de propriedade" dos ciclo ativistas com os 400 km de ciclovias implantadas na administração Haddad recebi uma ligação me avisando que o Museu Nacional estava pegando fogo. Nunca mais consegui termina-lo. O resto é história e uma dor no coração que não tem fim. 

Quando queimou o MAM do Rio de Janeiro fiquei péssimo.  Perdemos grande parte de nossa história.
Vi nosso patrimônio histórico desmoronar ou ser demolido sem piedade. Como ironia do destino alguém me fotografou pedalando na frente dos escombros de uma das últimas belíssimas residências da av. Paulista.
Eu conheci pedalando uma São Paulo que desapareceu. Conheci o Guarujá "a pérola do Atlântico", conheci...., conheci.... Tudo destruído.
Como disse alguém, não precisamos de nenhum terrorista para destruir nossa história, não precisamos nenhum terrorista para arrasar nosso país. Nossa displicência dá conta do recado exemplarmente. 

Por mais engajado que seja o grupo não consegue entender a importância das referências preciosas que só a história nos traz. Admiro a garra e tenacidade dos ciclo ativistas, mas fico perplexo com o desprezo com que trataram o fechamento do Museu de Bicicletas de Joinville.
 
Infelizmente a sociedade do selfie faz o ser pensar que é centro do universo e que antes dele era a escuridão. Num país sem história esta distorção se agranda sem qualquer sentimento de culpa. Culpa da falta de referência. 
É normal ter um "senso de propriedade" sobre o que sai de nossas mãos e cabeça. Não culpo a geração Haddad por ficar empacada "no que foi feito e não pode ser desfeito", mas creio que está na hora de mudar o disco, como dizia minha geração, e partir para outra, seguir em frente. Não é a ciclovia nem a ciclofaixa, é a cidade! Não importa a bicicleta, importa os cidadãos.



No próximo texto entro nos 1400 km propostos por esta administração de São Paulo. O Museu Nacional continua queimando na minha alma, mas bola para frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário