segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

boa educação

Pedalando cedo para a piscina vi que estava sendo acompanhado por um casal que pedalava umas três ou quatro bicicletas atrás. Pedalávamos tranquilos, ritmo de passeio matinal em domingo de carnaval. Antes da esquina onde tive que dobrar a esquerda sinalizei, como sempre faço, olhei para trás e vi o casal acelerando para me ultrapassar pela esquerda. Ora, eu vinha sinalizando e mesmo assim forçaram a ultrapassagem, tiveram que frear, e ainda o homem fez cara de poucos amigos, com os olhos que me acusavam de atrapalhar seu caminho. Situação tão comum que nem dou mais atenção, mas que é chata é. 
Acalmou muito. Num passado não muito distante podia-se dizer que este e outros comportamentos pouco apropriados dos ciclistas aconteciam devido à falta de prática da maioria com a bicicleta. Hoje tenho certeza que fui muito inocente imaginando que a bicicleta iria trazer consigo uma mudança de comportamento coletivo, que iríamos nos acalmar, ser mais sociáveis, mais cidadãos. Está claro que a mudança não passou do meio de transporte, que os ciclistas têm exatamente o mesmo comportamento e caráter de quando estão dirigindo um carro ou uma moto. Ainda tenho a esperança que um dia os bons resultados do pedalar se possam sentir neles, mas creio que ainda vá demorar um bom tempo para acontecer.
Depois que viramos a esquerda Teresa repetiu mais uma vez "Não adianta falar nada (para este pessoal)". Absolutamente correta. Infelizmente eu cansei de tentar ajudar, orientar, ensinar, comentar, prevenir. É raríssimo o ciclista ouvir; é facílimo receber uma resposta grosseira. Pedalar vai na onda desta democracia bem brasileira. 
Nem tudo está perdido. Entrando na ciclovia do Rio Pinheiros junto com um jovem ciclista comentei sobre o alinhamento dos joelhos dele enquanto pedala. Ele não só aceitou a dica, como agradeceu. Fiquei feliz, meu conhecimento valeu pelo menos para um. O incrível desta história é que ele estava pedalando uma bicicleta caríssima, de mais de R$ 50 mil, portanto deve ter um treinador, mesmo assim ouviu.
Joelhos desalinhados? Muito comum. O correto é educar-se para pedalar com os joelhos girando em paralelo. Girar com os joelhos fazendo movimento em oito acentuado pode ser muito prejudicial para as articulações. Dá para corrigir, é relativamente fácil, basta ouvir, se interessar. Ouvir nunca é demais. 
Sobre o casal teria dado a dica que no ciclismo nunca se desperdiça energia, nunca! Não entraria na questão "cordialidade" por razões óbvias, mas pessoas cordiais são bem menos propensas a acidentes. Fica aqui a dica.

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