1 - Um distraído e dois na moita
Inicio de noite
Inicio de noite
Tive
que ir ao supermercado e fui pedalando pela ciclovia do Largo da Batata
até a altura da Ignácio Pereira da Rocha. Na minha frente pedalava um
ciclista com uma 29 básica, mochila nas costas, fone de ouvido,
distraído. Um pouco depois do Largo da Batata vi um garoto sair
pedalando de trás de um arbusto assim que passou o ciclista distraído. Um pouco
mais adiante vejo um segundo ciclista cruzando do outro lado da av. Faria
Lima no sentido da ciclovia. Ele olhou o ciclista distraído a certa distância,
deixou-o passar, emparelhou com o garoto que saíra do arbusto, trocaram
palavras, voltou a cruzar a Faria Lima, acelerando forte até ficar à
frente do ciclista distraído. Um na frente, outro atrás, o distraído
viajando na dele e eu vendo tudo sem ser percebido pelos três. Aí decidi
entrar na brincadeira, acelerei e me aproximei do que se armava. Quando
o garoto que estava do outro lado da Faria Lima estava voltando para a
ciclovia percebeu minha presença, fez um sinal para o amigo, que
acelerou, passou o distraído, emparelharam e ganharam distância, conseguindo cruzar a
Pedroso de Moraes um segundo antes que o sinal fechasse. Um deles quase foi pego
pelo trânsito que partia no sinal verde. Sinal vermelho para nós, parei ao lado do distraído e
perguntei se ele percebeu o que iria acontecer. "O que?" respondeu ele
tirando o fone do ouvido; "Você acha que iam me assaltar?"
2 - Dois numa bicicleta, um tombo e uma dúvida
Fim de tarde
O tombo foi feio, de frente, uma capotada sem piedade que deixou o ciclista estatelado no asfalto. Eu vinha longe, uns 100 metros, e assisti tudo de camarote. O ciclista ficou estendido no chão por um tempo e eu acelerei para prestar socorro. Foi quando vi um segundo corpo se mexendo. "Tinha uma criança junto...", o que aumentou minha angústia. Conforme fui me aproximando um dos corpos, um adolescente já grandinho, se levantou e saiu a mancar até sentar-se no meio fio. O outro, menor e mais jovem, moveu-se e sentou-se onde estava no asfalto mesmo. Eram dois adolescentes na mesma bicicleta, um no selim pedalando e outro sentado no tubo da frente. Estavam um pouco atordoados, sem qualquer marca de batida na cabeça, doloridos, reclamavam e xingavam baixinho sem parar, mas estavam bem. "Estão bem?", e sem dizer uma palavra mostraram que sim. Mais que doloridos mostravam estar constrangidos, incomodados com minha presença. Dois adolescentes numa única bicicleta, uma 29 boazinha toda pixada, inclusive pneus, num final de tarde indo para ou para o Parque Villa Lobos ou para a ciclovia? E quanto mais me preocupava com eles, mais constrangidos ficavam. Desentortei a roda dianteira para poderem pelo menos empurrar a bicicleta de volta para casa. Agradeceram. Perguntei onde moravam, se queriam ajuda para levar. Entreolharam-se e baixaram a cabeça, "Moramos logo ali" respondeu o menor daquele jeito que não convence nem o padre. Situação estranha, muito estranha. Então chegou uma jovem mulher passeando o cachorro e veio ver o que acontecia. Eles se levantaram, passaram do incomodo para o assustados, resmungaram um agradecimento sincero, e trataram de sair rapidinho de perto. Vendo-os se afastar, já quase dobrando a esquina, ela me perguntou sem rodeios "Estes são ladrões de bicicleta, não são?"
E o complemento deste texto; o que se pode ou não fazer numa situação destas:
Sair atrás de um ladrão de bicicleta - Escola de Bicicleta correio
O tombo foi feio, de frente, uma capotada sem piedade que deixou o ciclista estatelado no asfalto. Eu vinha longe, uns 100 metros, e assisti tudo de camarote. O ciclista ficou estendido no chão por um tempo e eu acelerei para prestar socorro. Foi quando vi um segundo corpo se mexendo. "Tinha uma criança junto...", o que aumentou minha angústia. Conforme fui me aproximando um dos corpos, um adolescente já grandinho, se levantou e saiu a mancar até sentar-se no meio fio. O outro, menor e mais jovem, moveu-se e sentou-se onde estava no asfalto mesmo. Eram dois adolescentes na mesma bicicleta, um no selim pedalando e outro sentado no tubo da frente. Estavam um pouco atordoados, sem qualquer marca de batida na cabeça, doloridos, reclamavam e xingavam baixinho sem parar, mas estavam bem. "Estão bem?", e sem dizer uma palavra mostraram que sim. Mais que doloridos mostravam estar constrangidos, incomodados com minha presença. Dois adolescentes numa única bicicleta, uma 29 boazinha toda pixada, inclusive pneus, num final de tarde indo para ou para o Parque Villa Lobos ou para a ciclovia? E quanto mais me preocupava com eles, mais constrangidos ficavam. Desentortei a roda dianteira para poderem pelo menos empurrar a bicicleta de volta para casa. Agradeceram. Perguntei onde moravam, se queriam ajuda para levar. Entreolharam-se e baixaram a cabeça, "Moramos logo ali" respondeu o menor daquele jeito que não convence nem o padre. Situação estranha, muito estranha. Então chegou uma jovem mulher passeando o cachorro e veio ver o que acontecia. Eles se levantaram, passaram do incomodo para o assustados, resmungaram um agradecimento sincero, e trataram de sair rapidinho de perto. Vendo-os se afastar, já quase dobrando a esquina, ela me perguntou sem rodeios "Estes são ladrões de bicicleta, não são?"
E o complemento deste texto; o que se pode ou não fazer numa situação destas:
Sair atrás de um ladrão de bicicleta - Escola de Bicicleta correio
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