sexta-feira, 9 de maio de 2014

passeio pelo rio Pinheiros



Meu bom amigo Tobias apareceu em casa, próximo a Estação Metro CPTM Pinheiros, com duas bicicletas. Ia leva-las sozinho para sua casa no Brooklin, empurrando uma e pedalando a outra por uns 8 quilômetros. Naquele final de tarde, início de horário de pico, seria cansativo, uma chatice. Por que não ajudar o velho amigo e ainda pedalar um pouco? A pedido dele fomos pedalando pela ciclovia do Pinheiros. Entramos na Ponte Cidade Universitária e saímos pelo ponto mais viável, a Estação Vila Olímpia. A longa ciclovia pintada sobre a via de serviço da CPTM tem poucos acessos. Passarelas custam caro, muito caro. Não se pode dizer que seja uma ciclovia de transporte, tanto pelo pequeno número de acessos quanto pela distância da ciclovia para os trajetos espontâneos e necessários para a maioria dos ciclistas, normalmente praticados no. Não faz sentido sair do interno de bairro, pedalar uns 500 metros, subir escada, cruzar uma longa passarela empurrando a bicicleta, descer escada para só então poder pedalar na ciclovia. E quantos ciclistas tem sua origem / destino nas áreas próximas ao rio? A maioria usa a bicicleta para distâncias de uns 4 km, um pouco mais longas numa cidade em colapso como São Paulo. São poucos os que pedalam mais longas e que encontram vantagem em fazer toda a ginástica obrigatória para seguir pedalar nesta ciclovia. A maioria continua optando por pedalar no meio do trânsito absurdo da Marginal Pinheiros que corre em paralelo.

A ciclovia do rio Pinheiros é e provavelmente continuará sendo uma ciclovia de lazer e treinamento. Talvez se consiga melhorar o índice de transporte, mas não creio que será significativo.
Nunca havia pedalado nela durante a semana. Passam uns poucos gatos pingados, quase todos treinando. O cheiro horrível das águas é duro de aguentar, mas pedalar ali sozinho acaba sendo divertido. A paisagem é agradável, com um pouco de verde e os prédios ao fundo. As pontes, como a maioria das obras de engenharia no Brasil, são feias e muito maltratadas. O trem passando me faz bem, remete a minha infância. Eu esperava ver passageiros olhando com inveja para nós ciclistas, mas já se acostumaram e não dão mais bola. Estão todos cansados e querem chegar em casa; ponto!
Faz um bom tempo encontrei ali um outro amigo, Fábio, que me contou que com a ciclovia deram um tiro na bicicleta e acertaram a qualidade da água. A pressão para a melhoria da condição ambiental do rio Pinheiros aumentou muitíssimo mais que do que esperavam. Bravo! Ótimo!
Chegamos no Brooklin deixei o Tobias com as duas bicicletas e voltei para casa de trem da CPTM. Melhor que esperava, mas a linha, e principalmente a Estação Pinheiros, estão a cada dia mais carregadas, já no limite. Disse o funcionário que o que eu estava vendo não era nada.
Fui contra a criação da ciclovia rio Pinheiro por que com o mesmo investimento se poderia ter feito muito na organização da bicicleta dentro da cidade. E fui a favor por que urge recuperar nossos rios e córregos, o que inclui o entorno, a mata ou no mínimo a vegetação ciliar. Água é o principal bem. Quem fala tanto em petróleo não sabe o que está falando. Brasil (e o planeta) precisa de água limpa e potável. Ou morremos todos.
Veja fotos no http://arturoalcortapaulistano.blogspot.com.br/

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