Parisiense para tranquilamente em fila dupla e simplesmente larga o carro no meio da rua e vai almoçar. Dane-se o carro estacionado corretamente e seu dono que vai conseguir sair de sua vaga. Em praticamente toda Paris as vagas de estacionamento especial, como as de carga / descarga, estão ocupadas por carros. À noite até a pontinha da esquina tem carro estacionado. Vi vários carros pequenos, como o Smart, estacionados na diagonal com duas rodas sobre a calçada. Parisiense só respeita mesmo os pontos onde a multa é praticamente imediata ou guincho retira imediatamente, como nas ruas centrais e principais avenidas e cruzamentos.
Como muitas
ruas internas de bairro são bem estreitas e nunca há onde parar é fácil
encontrar vãs, caminhões e até mesmo veículos particulares parados no meio da
rua carregando ou descarregando, sem se preocupar que estão bloqueando a
passagem de todos, algumas vezes até de ciclistas e pedestres. A maioria
conhece a realidade da cidade e tenta não piorar ainda mais as coisas. As
coisas por aqui, de certa forma, se acomodam. É óbvio que depois de um tempo buzinam,
é óbvio que ficam irritados, é óbvio que são humanos, mas, de certa forma,
sabem qual é o preço de ser civilizado.
Tudo é
bonitinho em Paris? Seguramente não. Infelizmente encontrei a Cidade Luz muito
mais suja, com uma quantidade espantosa de mendigos, gente dormindo nas ruas,
pedintes e golpistas. Paris está cheia de obras por todo lado. É praticamente
impossível voltar para casa com os sapatos limpos da poeira branca dos remendos
das calçadas. Não vou falar sobre a quantidade de bosta de cachorro por todos
os lados porque só vendo para crer. A quantidade de bituca de cigarro no chão também
é inacreditável. O que francês fuma é um absurdo. Parisiense pede café, abre o
saquinho de açúcar e automaticamente joga no chão. Vai tudo para o chão, apesar
da abundancia de lixeiras. É fácil ver motoristas ou passageiros de carros, até
mesmo dos chiques, atirando coisas pela janela. Por outro lado é dificílimo furar
o pneu da bicicleta, sinal que não há vidro quebrado, grampos, ou outros. Ruas
e calçadas são varridas e lavadas por máquinas toda manha. Antes deste pessoal
passar as ruas estão imundas.
O desenho
da cidade e técnica de sinalização das vias faz com que todos os fluxos, de
veículos, pedestres, bicicletas e motos, se movimentem de uma forma harmoniosa.
De certa forma a fluidez lembra Buenos Aires, mas mais organizada. De carro é
muito tranquilo dirigir. Você vai se acomodando, se ajeitando com suavidade. Se
a sinalização de solo está gasta, a sinalização aérea e os semáforos é
abundante e de ótima qualidade. A sinalização é para todos, veículos de todos
portes, pedestres e ciclistas; muito diferente da nossa, brasileira, que
normalmente é dirigida quase que exclusivamente para a segurança dos
motoristas.
Cruzar as
grandes rotatórias de Paris pedalando é o máximo. Acho que contei isto, mas não
vou cansar de repetir. Tudo vai se ajeitando na sua frente; basta seguir em
frente. Nestes quase dois meses de Paris só um taxi fez uma aproximação realmente
agressiva que poderia ter resultado em acidente. O trânsito de Paris é uma baba
para os ciclistas. Qualquer pedestre cruza qualquer rua ou avenida sem susto.
Crianças pequenas caminham soltas ou vão de patinete acompanhadas de longe
pelos responsáveis.
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