sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Chuva, barro: limpar a bicicleta

Não pára de chover, mesmo assim pedalar no meio do trânsito continua sendo bastante eficaz. O que dá pena é pela bicicleta, que sofre por causa da água. O tipo de bicicleta que é vendido no Brasil não é o ideal para chuva, apesar deste ser um país tropical. Com chuva normalmente sofre a corrente, as sapatas de freio, e principalmente os rolamentos, mesmo que sejam selados. A situação piora nas tempestades que temos por aqui e suas conseqüentes profundas e imundas poças e enchentes espalhadas pelas ruas.

O segredo para secar depois de qualquer chuva é tirar o canote de selim e deixar a bicicleta de ponta cabeça. Não recomendo fazer o mesmo com sua moto. A continuação do segredo é, depois de algumas horas de ponta cabeça, sair para pedalar um pouco e só então, e finalmente, secar com um pano macio.

E se ficou cheio de areia ou barro? Nada melhor que deixar secar o que estiver grudado e depois, com escovas, retirar tudo o que puder. Escovas recomendáveis são 3: para lavar roupas, para lavar pratos, e a tradicional e insuperável escova de dentes. Para complementar o trabalho um pano macio umedecido com água. Valter Busto, responsável pelo Museu de Bicicletas de Joinville, usa o pano umedecido em óleo diesel, o que funciona muito bem.

Sobra a corrente, que é o que mais sofre com qualquer chuva. Corrente correta é aquela que está limpa, lubrificada por dentro e seca por fora. Seca por fora! Corrente empapada em óleo serve para grudar sujeira, que acaba virando uma lixa que destroi as engrenagens. Pessoalmente sou contra tirar a corrente e mergulhar num solvente, tanto porque enfraquece o elo, quanto pela questão ambiental. Tirar a corrente só em casos extremos, como depois de ter passado por lama líquida, mesmo assim...

Para limpar e lubrificar a corrente deixe secar, passe uma escova até sair o grosso, passe um pano umedecido com querosene ou outro solvente, deixe secar e só então lubrifique. Faça uma marca na lateral de um dos elos da corrente com óleo para saber onde vai começar e terminar. Uma gota de óleo especial por elo, de preferência tipo “cross country” para mountain bike, que resiste melhor às nossas condições brasileiras. Quando todos elos estiverem lubrificados (com uma gota) gire lentamente o pedal para trás para a corrente absorver bem o óleo. Termine o serviço secando com um pano seco o excesso. Jeans é o melhor pano para este serviço. O ideal mesmo é secar mais uma vez depois que você voltar do próximo passeio. Seca por fora e lubrificada por dentro! Última dica: corrente se lubrifica depois do passeio, quando ela vai ficar parada por um tempo. Faz diferença.

Nunca se deve usar esguicho de água ou ar comprimido. Infelizmente é pratica comum. A bicicleta vai ficar limpa por fora e a sujeira vai entrar nos rolamentos, o que é um crime. O importante é ter uma mecânica perfeita; não uma aparência reluzente. Um pouco de sujeira externa não faz mal para ninguém.

É lógico que bicicleta e proprietário podem virar um perfeito croquete de barro e ai não há alternativa que não seja mandar fazer uma lavagem completa na bicicleta, daquelas que desmonta absolutamente tudo. Não será difícil que corrente, sapatas ou pastilhas de freio tenham que ser trocados. Faz parte e vale a pena.

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